terça-feira, 22 de dezembro de 2009

O CRITÉRIO DE MEDIDA ESTÁ NO PESQUISADOR

A objetividade de qualquer conhecimento se origina da subjetividade do pesquisador. Se não tornarmos exato quem mede, não temos um critério de verdade. Cada coisa deve partir do íntimo da inteligência”. Com esta frase, o Acad. Prof. Antonio Meneghetti abre uma conferência realizada na Itália, em 1992, sobre o campo semântico.

No âmbito científico, quando se diz que o parâmetro da objetividade é externo, é como dizer que o metro deve prender a própria objetividade das coisas que mede. Para se alcançar o conhecimento real daquilo que impactamos, a lógica é inversa. Primeiramente, devemos estabelecer a subjetividade do metro e, depois, partindo dessa subjetividade, podemos estabelecer todas as demais objetividades.

A ciência ontopsicológica indaga diretamente a subjetividade do homem, colhendo-a através de instrumentos metodológicos de análise como o campo semântico, a análise onírica e o parâmetro da convergência dos fatos que dão identidade e funcionalidade acretiva ao indivíduo. O enorme poder desse conhecimento permite saber tudo de uma pessoa com base na emanação que modula em um contexto.

Para ler o campo semântico, porém, é necessário ser um homem exato, ter experiência e estudos. Como qualquer instrumento deve ser límpido para que seja exato para um certo tipo de conhecimento, igualmente a nossa racionalidade deve desfazer-se do quanto é acrescido e antitético à identidade do sujeito. E também sob este aspecto a escola ontopsicológica resolve o problema, identificando e descrevendo o mecanismo deformador inserido na mente do homem, o monitor de deflexão.

“O adestramento à leitura do campo semântico deve ser sobretudo um exercício de qualificação pessoal, enquanto a possibilidade de conhecimento está condicionada, exclusivamente, pela tomada de conhecimento interior”. Em qualquer ciência, a precisão da pesquisa é determinada exclusivamente pela perfeição do instrumento.

No campo da psicologia, em que o homem, além de ser objeto, é também o sujeito do estudo, é necessário um operador com uma subjetividade exata. Eis a enorme contribuição da pesquisa ontopsicológica no campo do conhecimento. “De fato, eu defino a Ontopsicologia ciência da subjetividade que comporta o aperfeiçoamento gradual, através de metodologia específica, do instrumento de conhecimento: o Eu.”

Os trechos acima foram extraídos da conferência O Campo Semântico cuja transcrição foi publicada na obra Projeto Homem. 2.ed. Florianópolis: edição do autor, 1999. pp.161-172.

Para aprofundamentos sobre a subjetividade do pesquisador, indica-se também o texto de Antonio Meneghetti Exatidão do pesquisador para o exercício científico publicado no Manual de Ontopsicologia. 3.ed. Recanto Maestro: Ontopsicologica Editrice, 2004. pp.142-144.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

O CONHECIMENTO DO CAMPO SEMÂNTICO APLICADO NO ÂMBITO ECONÔMICO

Business Intuition foi um dos eventos mais importantes de 2004 no panorama econômico mundial se considerarmos interesse, valor e oportunidade em relação a um tema de difícil confronto. Realizado de 28 de outubro a 2 de novembro, em Riga, este congresso promovido pela FOIL deu fundamento científico ao argumento da intuição.

“A escola ontopsicológica descobriu que existe uma intuição clara, distinta e infalível, porque colhe quando a arquitetura da mente está formalizando e, portanto, pode variar ou obter os efeitos que pretende” expôs Antonio Meneghetti, em uma de suas intervenções. “Uma ciência como a Ontopsicologia fez três descobertas, e a inteligência econômica começa a usá-las no próprio campo”. Na capital da Letônia, Meneghetti dedicou uma conferência do congresso para cada uma dessas descobertas.

“Em um problema, não basta analisar os extremos ou as posições dos fatos, das coisas, das cifras, das estatísticas, de tudo o que é a configuração do contexto e dos particulares”, mas também é preciso observar aquilo que não aparece, “que não possui identidade histórica, mas que existe como identidade operativa”, explicou Meneghetti, introduzindo o conceito do campo semântico.



O conhecimento do campo semântico, aplicado no âmbito econômico, é um instrumento basilar de análise das variáveis que operam em um contexto. Durante o congresso, Meneghetti o definiu como “uma transdução informática sem deslocamento de energia. São passagens informáticas que o organismo, a biologia, reconhece e ativa. O campo semântico é uma realidade através da qual a natureza providencialmente mantém as suas criaturas juntas. Através dele, de fato, o mundo da vida mantém a compatibilidade ou a incompatibilidade entre uma coisa e outra”.

Quando duas pessoas se encontram, estabelece-se imediatamente uma “transrecepção”, uma troca de informações. “Cada organismo, de fato, é emissor e receptor: é radar, no bem e no mal. É ‘bem’ se daquele campo semântico adquire-se vitalidade; é ‘mal’ se, daquela presença, se introjeta diminuição, ‘negatividade’, ou diminuição de vida.” Portanto, para a Ontopsicologia, a informação do campo semântico em si é neutra, configurando-se como positiva ou negativa de acordo com os efeitos que produz no receptor.

O campo semântico consente uma chave de leitura a mais sobre muitos fenômenos. E a grande novidade científica do Ontopsicologia foi tê-lo compreendido e descrito de modo técnico. Através da metodologia ontopsicológica, esse conhecimento torna-se instrumento essencial para o operador de economia, de política, de sociedade, de ciência.

A conferência Campo Semântico: individuação e estratégia. Interferência sobre o operador, de onde foram retirados os trechos utilizados no texto acima, encontra-se publicada nos Atos do Congresso Business Intuition 2004. São Paulo: FOIL, 2007. pp.49-62.

Para mais informações sobre o argumento do campo semântico aplicado no âmbito econômico, indica-se também o texto de Meneghetti Campo Semântico, presente no livro Personalidade Empresarial. São Paulo: FOIL, 2004. pp. 75-89.

sábado, 12 de dezembro de 2009

A NOVIDADE DO CAMPO SEMÂNTICO APRESENTADA EM EVENTOS INTERNACIONAIS JÁ NOS ANOS 70

De 1 a 6 de julho de1979, a cidade de Lima, no Peru, hospedou o XVII Congresso Interamericano de Psicologia. Neste evento, promovido pela Sociedad Interamericana de Psicologia, o Acadêmico Professor Antonio Meneghetti proferiu a conferência “Os campos semânticos”.  Em resposta à inscrição do trabalho no congresso, o secretário geral Prof. Gerardo Marin escreveu que “tal trabalho foi julgado de grande importância científica e estamos honrados que o Senhor tenha decidido ilustrá-lo em nosso congresso em Lima, Peru”.

Esta conferência foi na sequência ampliada pelo autor no curso do VII Congresso Internacional de Ontopsicologia, realizado no mesmo ano, de 31 de outubro a 4 de novembro, na Itália, assumindo o título “Síntese científico-prospectiva dos campos semânticos”.



O texto foi posteriormente publicado nos Atti del VII Congresso Internazionale di Ontopsicologia. Roma: Ontopsicologica Ed., 1982 (edição esgotada) e na obra de Meneghetti Campo Semântico. 3.ed. Recanto Maestro: Ontopsicologica Ed., 2005. pp. 161-164.

Leia parte da transcrição da conferência “Síntese científico-prospectiva dos campos semânticos”, proferida pelo autor no final dos anos 70 em dois importantes eventos internacionais de Psicologia.

domingo, 6 de dezembro de 2009

LÁUREA HONORIS CAUSA PELA DESCOBERTA DO CAMPO SEMÂNTICO

Em março de 1994, na Auletta dei Gruppi Parlamentari, em Roma, o Professor Giulio Tarro, enquanto membro do Senado Acadêmico, entrega ao Acadêmico Professor Antonio Meneghetti a Láurea Honoris Causa em Física pela Universidade Pro-Deo de Albany, Nova Iorque, com a seguinte motivação: “Após um longo tirocínio cultural na pesquisa de uma nova epistemologia científica, o Professor Antonio Meneghetti chega à formulação da ciência ontopsicológica com nova descoberta e metodologia. Tal ciência é hoje capaz de consentir o conhecimento último da psique humana através do uso do campo semântico, que é o processo de formalizações energéticas que concretiza qualquer relação. Por ter portanto formalizado uma enorme contribuição à resolução da crise das ciências contemporâneas, a Universidade Pro Deo de Albany, Nova Iorque, lhe confere hoje a láurea honoris causa em Física”. 

Para estudos sobre o campo semântico, indica-se o tratado de Antonio Meneghetti sobre este argumento: Campo Semântico. 3.ed. Recanto Maestro: Ontopsicologica Ed., 2005.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

A DESCOBERTA DO CAMPO SEMÂNTICO

Ele não pode ser medido porque “não é energia, mas está com a energia”. Trata-se de informações que variam a energia do receptor. Por isso é mais correto defini-lo como linguagem. A linguagem que a natureza utiliza através das suas individuações. Esta linguagem é definida por Antonio Meneghetti, fundador da Ontopsicologia, como “campo semântico” e constitui a sua primeira descoberta em ordem de tempo.

Nos anos de terapia, enquanto o paciente falava, Antonio Meneghetti advertia sensações, via imagens na sua mente que não possuíam uma lógica que poderia ser ligada diretamente àquilo que o paciente estava dizendo. Meneghetti entende que aquilo que percebia era também transmitido pelo cliente, porém transmitido em nível inconsciente: o cliente não se dava conta daquilo que estava transmitindo. Todavia aquilo tinha um valor informativo muito superior em relação ao verbalizado do paciente.

Deste modo, Meneghetti se dá conta que existe uma comunicação inconsciente que transmite informações que prescindem a vontade consciente do sujeito. Percebe que essa linguagem transmitia todas as componentes do inconsciente, em particular o Em Si ôntico e o monitor de deflexão, suas descobertas sucessivas.

Colocando em prática na terapia as informações que recebia pôde verificar nos efeitos que se o cliente colocava em ato a intencionalidade do seu Em Si ôntico obtinha a resolução do problema e adquiria a sanidade. Se, em vez disso, seguia o quanto expresso pelo monitor de deflexão, o resultado era que a doença continuava.

Meneghetti também notou que, enquanto que aquilo que era comunicado pelo monitor de deflexão era coerente com os valores sociais, com o superego, com a “norma”, o Em Si ôntico era, em vez disso, muito mais criativo, adquirindo uma originalidade em cada indivíduo e mudando também com base na situação. Percebe que, seguindo o Em Si, o resultado era sempre o êxito do sujeito.

Toda essa comunicação ocorria através de uma linguagem que Antonio Meneghetti não encontrou em nenhum dos textos que tinha estudado. Encontrou alguma afinidade somente em algumas pesquisas da psicologia avançada em que se falava de outside. Esse fenômeno descreve o fato de um sujeito calmo e bom poder ser operativo de desgraça e desordem no contexto próximo a si (hospital, família, convento, amigos etc.), isto é, existe a possibilidade de ativar outros permanecendo imune. A pesquisa ontopsicológica enquadrou como esse fenômeno agia, analisando-o e definindo-o campo semântico, exatamente sob a homologação dos campos magnéticos, dos campos energéticos.

Partindo da prática clínica, Antonio Meneghetti se dá conta que este tipo de comunicação inconsciente que ocorre entre os seres humanos é uma realidade difusa. Aliás, é a realidade, é a comunicação-base que ocorre na natureza. E aqui o percurso de Meneghetti encontra correspondência com os grandes textos da humanidade, que apontam que existe um modo de comunicar na natureza que leva o inseto a encontrar a flor, o pássaro migratório a encontrar a sua estrada, existe uma interação contínua entre célula, entre cada criatura, entre as plantas, os animais, entre cada elemento da natureza.

Também a esse argumento Meneghetti dedicou um texto específico (Campo Semântico) que descreve de modo aprofundado as suas características e efeitos. Como uma linguagem, Meneghetti o codifica, transformando-o em um potencial instrumento de conhecimento para os seres humanos.

Adaptado de As três descobertas: o campo semântico do dossiê Antonio Meneghetti: uma viagem de sucesso, publicado junto a revista Nova Ontopsicologia. Recanto Maestro: Ontopsicologica Ed., n.2, março 2008. pp.20-21.

 
Para maiores informações sobre o argumento, sugere-se o texto de Antonio Meneghetti O campo semântico publicado em Manual de Ontopsicologia. 3.ed. Recanto Maestro: Ontopsicologica Ed., 2004. pp.171-198.

domingo, 15 de novembro de 2009

COMO FALA A NATUREZA

“Sou atacado por duas facções completamente opostas: a dos cientistas e a dos ignorantes. Ambos riem de mim chamando-me de ‘o mestre de dança das rãs’. Todavia, sei que descobri uma das maiores forças da natureza”.

Galvani, o descobridor da eletricidade

Desde os tempos antigos o homem foi em busca da energia. A história recente é marcada pela descoberta de dois grandes tipos de energia que mudaram o mundo: a energia elétrica e a energia nuclear. Contudo, muitos afirmam que existe uma outra energia, que está presente no universo e influencia toda forma de vida.

Também Descartes falou desta energia universal, que foi definida hipercampo virtual por Tom Bearden, campo morfogenético por Sheldrake, orgone por Wilhelm Reich, Spiritus Universalis pelos alquimistas, CHI pelos chineses e KI pelos japoneses.

Muitos falam dessa forma-base da energia universal que está presente em toda a parte. E diversos estudiosos identificaram uma forma similar dessa energia também no homem. Agrippa e Ficino, dois filósofos do séc. XV, por exemplo, identificaram no homem uma força que deriva da alma ou do espírito, capaz de agir ‘não apenas sobre o próprio corpo, mas também sobre um corpo próximo’.

Mais tarde, no séc. XIX, essa força foi denominada ‘força psíquica’ por William Crookes. O cientista inglês observou que essa força ou poder era extremamente variável e às vezes era completamente ausente; requisitava, portanto, uma investigação paciente e conscienciosa.

No século seguinte, a revolução freudiana tirou do trono o Eu, reconhecendo no inconsciente a verdadeira voz do indivíduo: quem fala no indivíduo não é propriamente o Eu, mas o inconsciente. Também Lacan considerou que o inconsciente é estruturado como uma linguagem. E é preciso saber ler esta linguagem. Para poder compreendê-la, alguns psicanalistas – como Jaspers, Stein e Binswanger por exemplo – falam da necessidade de empatia com o paciente. Mas ainda que falem de linguagem do inconsciente, ninguém consegue codificá-la em um ‘dicionário’ válido para todos.

Existe uma energia universal e uma força psíquica humana que, ainda que fujam da consideração da física, produzem efeitos concretos, como evidenciaram muitos dos estudiosos supracitados. Mas, trata-se de dois tipos de força independentes ou há relação entre elas?

Existem diversas teorias que afirmam que as forças psíquicas, assim como as forças físicas, são momentos diversos de uma mesma energia agente universal. Essa é uma tese que constitui um fundamento de muitas escolas do pensamento oriental. A filosofia Advaita e outras tradições da ioga falam de Kundalini. Por Kundalini, entende-se uma energia que reside no corpo humano e que é manifestação da energia universal conhecida como sakti. A Kundalini é tomada como referência por Schopenhauer para indicar a vontade ínsita na alma que consente, se exercitada, chegar a estados de consciência superiores. Também o Id de Freud lembra a Kundalini dos orientais. Portanto, existe uma energia universal da qual também a força psíquica humana faz parte.

Alguns falam de energia, outros falam de formas de comunicação existentes, mas não mensuráveis. Existe uma ligação entre energia e comunicação? E se na base dessa energia existir uma inteligência universal, seria possível compreender a sua linguagem? Estas são as perguntas que se colocou Antonio Meneghetti, encontrando uma resposta científica através da descoberta do campo semântico.

Trecho extraído e adaptado do texto As três descobertas: o campo semântico do dossiê Antonio Meneghetti: uma viagem de sucesso, publicado junto à revista Nova Ontopsicologia. Recanto Maestro: Ontopsicologica Editrice., n.2, março 2008. pp. 20-21.

Para uma introdução ao campo semântico, indica-se o texto de Antonio Meneghetti As três descobertas: o campo semântico contido em Nova fronda virescit: introdução à Ontopsicologia para jovens. Recanto Maestro: Ontopsicologica Editrice, 2006. pp. 97-120.