domingo, 15 de novembro de 2009

COMO FALA A NATUREZA

“Sou atacado por duas facções completamente opostas: a dos cientistas e a dos ignorantes. Ambos riem de mim chamando-me de ‘o mestre de dança das rãs’. Todavia, sei que descobri uma das maiores forças da natureza”.

Galvani, o descobridor da eletricidade

Desde os tempos antigos o homem foi em busca da energia. A história recente é marcada pela descoberta de dois grandes tipos de energia que mudaram o mundo: a energia elétrica e a energia nuclear. Contudo, muitos afirmam que existe uma outra energia, que está presente no universo e influencia toda forma de vida.

Também Descartes falou desta energia universal, que foi definida hipercampo virtual por Tom Bearden, campo morfogenético por Sheldrake, orgone por Wilhelm Reich, Spiritus Universalis pelos alquimistas, CHI pelos chineses e KI pelos japoneses.

Muitos falam dessa forma-base da energia universal que está presente em toda a parte. E diversos estudiosos identificaram uma forma similar dessa energia também no homem. Agrippa e Ficino, dois filósofos do séc. XV, por exemplo, identificaram no homem uma força que deriva da alma ou do espírito, capaz de agir ‘não apenas sobre o próprio corpo, mas também sobre um corpo próximo’.

Mais tarde, no séc. XIX, essa força foi denominada ‘força psíquica’ por William Crookes. O cientista inglês observou que essa força ou poder era extremamente variável e às vezes era completamente ausente; requisitava, portanto, uma investigação paciente e conscienciosa.

No século seguinte, a revolução freudiana tirou do trono o Eu, reconhecendo no inconsciente a verdadeira voz do indivíduo: quem fala no indivíduo não é propriamente o Eu, mas o inconsciente. Também Lacan considerou que o inconsciente é estruturado como uma linguagem. E é preciso saber ler esta linguagem. Para poder compreendê-la, alguns psicanalistas – como Jaspers, Stein e Binswanger por exemplo – falam da necessidade de empatia com o paciente. Mas ainda que falem de linguagem do inconsciente, ninguém consegue codificá-la em um ‘dicionário’ válido para todos.

Existe uma energia universal e uma força psíquica humana que, ainda que fujam da consideração da física, produzem efeitos concretos, como evidenciaram muitos dos estudiosos supracitados. Mas, trata-se de dois tipos de força independentes ou há relação entre elas?

Existem diversas teorias que afirmam que as forças psíquicas, assim como as forças físicas, são momentos diversos de uma mesma energia agente universal. Essa é uma tese que constitui um fundamento de muitas escolas do pensamento oriental. A filosofia Advaita e outras tradições da ioga falam de Kundalini. Por Kundalini, entende-se uma energia que reside no corpo humano e que é manifestação da energia universal conhecida como sakti. A Kundalini é tomada como referência por Schopenhauer para indicar a vontade ínsita na alma que consente, se exercitada, chegar a estados de consciência superiores. Também o Id de Freud lembra a Kundalini dos orientais. Portanto, existe uma energia universal da qual também a força psíquica humana faz parte.

Alguns falam de energia, outros falam de formas de comunicação existentes, mas não mensuráveis. Existe uma ligação entre energia e comunicação? E se na base dessa energia existir uma inteligência universal, seria possível compreender a sua linguagem? Estas são as perguntas que se colocou Antonio Meneghetti, encontrando uma resposta científica através da descoberta do campo semântico.

Trecho extraído e adaptado do texto As três descobertas: o campo semântico do dossiê Antonio Meneghetti: uma viagem de sucesso, publicado junto à revista Nova Ontopsicologia. Recanto Maestro: Ontopsicologica Editrice., n.2, março 2008. pp. 20-21.

Para uma introdução ao campo semântico, indica-se o texto de Antonio Meneghetti As três descobertas: o campo semântico contido em Nova fronda virescit: introdução à Ontopsicologia para jovens. Recanto Maestro: Ontopsicologica Editrice, 2006. pp. 97-120.

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