quinta-feira, 19 de novembro de 2009

A DESCOBERTA DO CAMPO SEMÂNTICO

Ele não pode ser medido porque “não é energia, mas está com a energia”. Trata-se de informações que variam a energia do receptor. Por isso é mais correto defini-lo como linguagem. A linguagem que a natureza utiliza através das suas individuações. Esta linguagem é definida por Antonio Meneghetti, fundador da Ontopsicologia, como “campo semântico” e constitui a sua primeira descoberta em ordem de tempo.

Nos anos de terapia, enquanto o paciente falava, Antonio Meneghetti advertia sensações, via imagens na sua mente que não possuíam uma lógica que poderia ser ligada diretamente àquilo que o paciente estava dizendo. Meneghetti entende que aquilo que percebia era também transmitido pelo cliente, porém transmitido em nível inconsciente: o cliente não se dava conta daquilo que estava transmitindo. Todavia aquilo tinha um valor informativo muito superior em relação ao verbalizado do paciente.

Deste modo, Meneghetti se dá conta que existe uma comunicação inconsciente que transmite informações que prescindem a vontade consciente do sujeito. Percebe que essa linguagem transmitia todas as componentes do inconsciente, em particular o Em Si ôntico e o monitor de deflexão, suas descobertas sucessivas.

Colocando em prática na terapia as informações que recebia pôde verificar nos efeitos que se o cliente colocava em ato a intencionalidade do seu Em Si ôntico obtinha a resolução do problema e adquiria a sanidade. Se, em vez disso, seguia o quanto expresso pelo monitor de deflexão, o resultado era que a doença continuava.

Meneghetti também notou que, enquanto que aquilo que era comunicado pelo monitor de deflexão era coerente com os valores sociais, com o superego, com a “norma”, o Em Si ôntico era, em vez disso, muito mais criativo, adquirindo uma originalidade em cada indivíduo e mudando também com base na situação. Percebe que, seguindo o Em Si, o resultado era sempre o êxito do sujeito.

Toda essa comunicação ocorria através de uma linguagem que Antonio Meneghetti não encontrou em nenhum dos textos que tinha estudado. Encontrou alguma afinidade somente em algumas pesquisas da psicologia avançada em que se falava de outside. Esse fenômeno descreve o fato de um sujeito calmo e bom poder ser operativo de desgraça e desordem no contexto próximo a si (hospital, família, convento, amigos etc.), isto é, existe a possibilidade de ativar outros permanecendo imune. A pesquisa ontopsicológica enquadrou como esse fenômeno agia, analisando-o e definindo-o campo semântico, exatamente sob a homologação dos campos magnéticos, dos campos energéticos.

Partindo da prática clínica, Antonio Meneghetti se dá conta que este tipo de comunicação inconsciente que ocorre entre os seres humanos é uma realidade difusa. Aliás, é a realidade, é a comunicação-base que ocorre na natureza. E aqui o percurso de Meneghetti encontra correspondência com os grandes textos da humanidade, que apontam que existe um modo de comunicar na natureza que leva o inseto a encontrar a flor, o pássaro migratório a encontrar a sua estrada, existe uma interação contínua entre célula, entre cada criatura, entre as plantas, os animais, entre cada elemento da natureza.

Também a esse argumento Meneghetti dedicou um texto específico (Campo Semântico) que descreve de modo aprofundado as suas características e efeitos. Como uma linguagem, Meneghetti o codifica, transformando-o em um potencial instrumento de conhecimento para os seres humanos.

Adaptado de As três descobertas: o campo semântico do dossiê Antonio Meneghetti: uma viagem de sucesso, publicado junto a revista Nova Ontopsicologia. Recanto Maestro: Ontopsicologica Ed., n.2, março 2008. pp.20-21.

 
Para maiores informações sobre o argumento, sugere-se o texto de Antonio Meneghetti O campo semântico publicado em Manual de Ontopsicologia. 3.ed. Recanto Maestro: Ontopsicologica Ed., 2004. pp.171-198.

domingo, 15 de novembro de 2009

COMO FALA A NATUREZA

“Sou atacado por duas facções completamente opostas: a dos cientistas e a dos ignorantes. Ambos riem de mim chamando-me de ‘o mestre de dança das rãs’. Todavia, sei que descobri uma das maiores forças da natureza”.

Galvani, o descobridor da eletricidade

Desde os tempos antigos o homem foi em busca da energia. A história recente é marcada pela descoberta de dois grandes tipos de energia que mudaram o mundo: a energia elétrica e a energia nuclear. Contudo, muitos afirmam que existe uma outra energia, que está presente no universo e influencia toda forma de vida.

Também Descartes falou desta energia universal, que foi definida hipercampo virtual por Tom Bearden, campo morfogenético por Sheldrake, orgone por Wilhelm Reich, Spiritus Universalis pelos alquimistas, CHI pelos chineses e KI pelos japoneses.

Muitos falam dessa forma-base da energia universal que está presente em toda a parte. E diversos estudiosos identificaram uma forma similar dessa energia também no homem. Agrippa e Ficino, dois filósofos do séc. XV, por exemplo, identificaram no homem uma força que deriva da alma ou do espírito, capaz de agir ‘não apenas sobre o próprio corpo, mas também sobre um corpo próximo’.

Mais tarde, no séc. XIX, essa força foi denominada ‘força psíquica’ por William Crookes. O cientista inglês observou que essa força ou poder era extremamente variável e às vezes era completamente ausente; requisitava, portanto, uma investigação paciente e conscienciosa.

No século seguinte, a revolução freudiana tirou do trono o Eu, reconhecendo no inconsciente a verdadeira voz do indivíduo: quem fala no indivíduo não é propriamente o Eu, mas o inconsciente. Também Lacan considerou que o inconsciente é estruturado como uma linguagem. E é preciso saber ler esta linguagem. Para poder compreendê-la, alguns psicanalistas – como Jaspers, Stein e Binswanger por exemplo – falam da necessidade de empatia com o paciente. Mas ainda que falem de linguagem do inconsciente, ninguém consegue codificá-la em um ‘dicionário’ válido para todos.

Existe uma energia universal e uma força psíquica humana que, ainda que fujam da consideração da física, produzem efeitos concretos, como evidenciaram muitos dos estudiosos supracitados. Mas, trata-se de dois tipos de força independentes ou há relação entre elas?

Existem diversas teorias que afirmam que as forças psíquicas, assim como as forças físicas, são momentos diversos de uma mesma energia agente universal. Essa é uma tese que constitui um fundamento de muitas escolas do pensamento oriental. A filosofia Advaita e outras tradições da ioga falam de Kundalini. Por Kundalini, entende-se uma energia que reside no corpo humano e que é manifestação da energia universal conhecida como sakti. A Kundalini é tomada como referência por Schopenhauer para indicar a vontade ínsita na alma que consente, se exercitada, chegar a estados de consciência superiores. Também o Id de Freud lembra a Kundalini dos orientais. Portanto, existe uma energia universal da qual também a força psíquica humana faz parte.

Alguns falam de energia, outros falam de formas de comunicação existentes, mas não mensuráveis. Existe uma ligação entre energia e comunicação? E se na base dessa energia existir uma inteligência universal, seria possível compreender a sua linguagem? Estas são as perguntas que se colocou Antonio Meneghetti, encontrando uma resposta científica através da descoberta do campo semântico.

Trecho extraído e adaptado do texto As três descobertas: o campo semântico do dossiê Antonio Meneghetti: uma viagem de sucesso, publicado junto à revista Nova Ontopsicologia. Recanto Maestro: Ontopsicologica Editrice., n.2, março 2008. pp. 20-21.

Para uma introdução ao campo semântico, indica-se o texto de Antonio Meneghetti As três descobertas: o campo semântico contido em Nova fronda virescit: introdução à Ontopsicologia para jovens. Recanto Maestro: Ontopsicologica Editrice, 2006. pp. 97-120.